domingo

Opus Magna

Era tarde e ela sentia vontade.
Ísis
se banhava nua
com a água da sua assombração
e ditava as coisas que aconteceriam depois destas,
ocultando dele seu próprio futuro.





disseram que os dois morreram juntos, mas na tumba só encontraram roupas sem corpos.







"Quem reverencia os deuses vai para junto dos deuses
quem reverencia os ancestrais vai para a morada dos ancestrais
quem reverencia os espírtos na natureza aproxima-se dos espíritos da natureza
mas quem é meu devoto vem até mim"

quinta-feira

Ato puro, eu mesma ensino:
"a necessidade do ser coincide com a liberdade do espírito"

sábado

(O louco arrependido)

- Os analistas estão lá fora
- O que eles querem?
- A verdade.

terça-feira


(No fundo de cada vontade encoberta...)

sexta-feira


(Alheia à ira dos homens...)

segunda-feira

Basta teu peito

Ô meu amor
como eu senti tua falta.
A estrada no sertão gritava teu nome e eu repetia.
Eu te levei comigo de tantas formas, em tantos detalhes.
Ah meu amor, como tu vive em mim, como eu escrevo livremente esperando que tu leia, só tu leia, como (da forma) só tu pode ler. Eu tava lá e aqui, em mim e em ti e nos que se libertarão através da gente (os que já nascerão libertos)...

Como eu me entrego pra ti. Como eu me entrego, tu sabe... Eu te amo.

quarta-feira

Interestelar canoa

Porque uma coisa tão essencial como amor
se nós não tivéssemos resistência
ninguém nunca teria problemas.

segunda-feira

Om Mani Padme Hum


(Violeta)
Elas sentem o mesmo e exigente chamar.

quinta-feira

E por quê não me alegraria?

E por quê não me alegraria?
Se tudo em vida é poesia
Se poesia é tudo que nos resta.

Traga-me as dores e direi:
É tudo do mundo e o mundo é tudo que sou.
A dor veraz não torna o homem mais triste
O torna mais homem, o torna mais vivo
... e a vida é tudo que existe.

Sendo assim, por quê não me alegraria?
Por ser homem, José ou Maria
Por ser livre e olhar estrelas.

Haverá motivo, em voz e em vivo
Haverá tumulto, então calmaria.
E se tudo se tornar sem sentido (outra vez)
Que haja alguém com abraço infinito.
...Por quê não me alegraria?


quarta-feira

- Precisamos do papel machê, Lívia (que agora também é esquizofrência).
- Sim, sim, encontraremos.

Gosto de procurar papel machê nesse lugar. É o que eu mais gosto de fazer. Posso passar dias, existências, aqui, procurando papel machê. Eu sempre procuro, peregrino, peço e enlouqueço nesse cantinho. Antigamente tinha muito papel machê aqui, mas ele foi esvaziando, perdendo sentido, sem explicação. Mas veja você que coisa entranhada - parece que aqui sentada na frente da pia do banheiro, gavetas abertas, as coisas são tão avacalhadas que eu posso fingir de louca e jogar na ladeira a vida, como se fosse coisa pouca. Há quem pense que eu fico em casa propurando borboletas por causa de você, papel. Mas eu fico é te procurando e te procurar é bom que mata.

Ora todas nós somos vazias, não é privilégio das que saem pra comprar roupa não.
Esvazia, gasta tudo, o papel acaba, o diretor manda pra casa.

- Mas que interessante. Acho que ele gastou a gente.
Voltavam todos juntos, Freddy, Frida e Feliciano. Menos Lívia, que estava no quarto de paredes brancas. Estava só. Angustias sozinhas no meio de multidões. São os piores silencios, os que devem ser silenciados. Lívia era comportadinha, tinha uma doçura na voz. Como era má, Lívia, como tinha armas e sabia, Lívia. Supunha que viver fosse arriscado mesmo. Morria de medo e não sabia ficar sozinha. Ai como era sínica, tão insegura, pobrezinha, parecia um coelinho. Quis dizer, implorar. Quis poder mostrar o que ele só apredenria com a vida, se a vida fosse exatamente igual a dela. Quis ser bandida, levantar a saia, colocar uma máscara. Quis não ter tantos sonhos naquela hora, mas era tarde.
Meia-noite a penitente vagava sozinha queimando as cartas em sua cabeça, queimando poemas. Não era pra queimar, Lívia. Era pra descontrolar. Era pra xingar essa geração que cortada, aleijada de amor, não te ama. Era culpa de quem? Os audaciosos também tem medo. Não estava tão em si quanto antes. Era mais um pra dividir. Ora quantos pararam no fundo do mar. Isso não tem fim?
Será que não há um porto?

Era uma maldição. Rara e comum maldição.

"Lívia coração de pedra. Vá pra Terra, se doe."

E doeu.

Quis não desesperar.
E não desesperou mesmo.

Como pode uma vontade genuína naufragar tanto amor?

terça-feira

Na janela



É como eu tava dizendo hoje, quer dizer, eu sempre falo isso, é um inferno. Pois sim, estava dizendo que primeiramente vem a revolta, depois o motivo formal e isso não é intelectual, pq eu acho mesmo é que o pico intelectual é a tolerância e isso exclui, no fundo do poço, qualquer militância... Não sabendo pra que e por que ensino de ciências, tenho a impressão que eu vou descobrir fazendo. Não descubro, não volto pra casa e a violência continua. Essa é a luta.
Eu não queria fazer desse espaço um diário, muito embora, pela ausência de leitores, eu me sinta muito à vontade de tratá-lo como tal. Destarte, me sinto à vontade pela pouca pretensão de parecer intelectual. Identificada a tolerância como cume da sabedoria, eu desisto. Eu saber serei lutando e está decido, querido blog, eu vou para educação!

segunda-feira

Iê iê iê...

Quando ouço pelos teus ouvidos, Cantiga boa
entardece.
Caçadora de plantas sou eu
Na caça de curas
Caminhadas sobre o coração terra
sem boca, sem voz, sem passos
sem corpos
sonoras
conversas
de grilos-estrelas.

Por qualquer barulho
surgiriam abelhas
E ninguém saberia
o que para ele
elas diriam,
Caminhadas sobre o coração da terra.

Gosto puro...
Ainda se ouve
por entre os lugares
conversamentos de onças,
os versos dos que passaram.

Eu chamo passarinho...
E faço um sambinha pra mim.

sexta-feira

Acorda, amor.

Acorda, amor
Que horas são?
A gente tá atrasado?
Pra onde começa o mundo?
Volta aqui, neném, fica pertinho de mim...
Assim bem gostosinho...
Volta pro colo
Dorme mais um pouquinho
Isso, assim.

Fica aí quietinha, pacotinho...
Eu vou pegar uma maçã.

Uma maçã?
Não, o marido dela.

sábado

O sonho do grão-de-bico

Era uma vez um certo grão-de-bico, chamado grão-de-bico. Andava de mãos em mãos com seus companheiros, retido ao saco que o continha. Desde sua germinação esperava o dia de seu cozimento. Já conhecia seu futuro, apredenra muitas coisas durante a vida e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar feliz com sua condição de grão-de-bico-cego.

Há não muito tempo, num país como o Brasil, os cientistas descobriram que plantas felizes cresciam mais rápida e lindamente na presença de música clássica. Hoje em dia tais fatos são bastante conhecidos e no meio científico todos conversam sobre isso na cantina:

- É mesmo, Einstein, vamos colocar música em todos os cantos do mundo, para alegrar a vida das plantas! Nossos problemas estarão resolvidos.

E logo a conversa toma novos rumos, como raios gama, por exemplo.

Dito e feito. No dia 16 de maio, a terra toda fora tomada por uma linda música e todas as plantas do mundo se sentiram felizes e completas, menos o grão-de-bico. No grão-de-bico a música não fazia o menor efeito, pois ele não sabia o nome dela e para ele, algo que não tem nome não existe. Mal sabia que mais importante que saber o nome era enxergar a cor da música, mas isso o grão-de-bico não podia imaginar, porque plantas não enxergam.

Do punhado de coisas que eu quero dizer com isso, o mais importante é ressaltar que cada ser tem suas características próprias, danos e extensões, e nomes só existem num mundo imaginário. O mundo só depende dele mesmo.
A história poderia terminar aqui.

Mas sucedeu que eu me apaixonei pelo tal grão-de-bico e não quero deixá-lo com um final meia boca – é um mundo de possibilidades, e é estranho que no meio de tantas possibilidades surjam nomes como Asclepiadaceae.

Mas se ao invés de planta ele fosse jardineiro? Há de se supor que ao se deparar com um jardim de muitas espécies, vinte e sete tipos de frutas e algumas ervas, não sabendo o nome delas, poderia cortar até a mais linda flô, por julgá-la inexistente. Quando tudo precisa de um nome, aí a vida perde o sentido. Abre parêntese – eu sempre quis usar uma idéia do Millan Kundera e minha oportunidade chegou- fecha. Mas basta amar loucamente, pra que a unidade palavra e existência, ilusão lírica da filosofia graodebiqueana, se dissipe imediatamente.

Foi assim que ele viu
E nada mais se perdeu.

Fim.

quarta-feira

Cidade-litoral


"Quando eu morrer voltarei pra buscar os instantes que não vivi junto ao mar"

(Os que sonham juntos)

Escrevo isso pra ti
por que não sei
como se diz que se ama
pra pessoa
que se ama.
Como quem não sabe,
mas quer dizer,
eu digo assim.

Como quem assiste um parto
por que cansou de sonhos lúcidos
e agora vive impossíveis
com a verdade
que nos é própria.

Como quem tem uma única
inspiração oceânica
que em ondas vai e volta
sempre a mesma
embora pra efeito de ressonância
fosse melhor usar continental.

Como quem se juntou ao mar
depois que achou teu cheiro
Eu deito
não durmo
e escrevo
isso

Pra dizer o tudo
sem saber o nome
que esse mundo,
descoberto essa noite
tão intimamente,
desejaria ser chamado.

De baixo disso
todo dia
eu tenho que dizer
como dizem
todos os animais
decompostos de amor
como eu

Eu digo assim.

sexta-feira

Crótica. Crítoca.

Enquanto o mundo gira,
Dorothy com muita fé voltará para casa,
os namorados se renderão aos apelos do baixo ventre,
a Lívia escreve seu trabalho de Prática de Ensino em Biologia III.
(Em menos de um mês ela estará com o diploma nas mãos
e seus alunos já sofrem a consequência de suas escolhas)
No trabalho:
[...] Observa-se uma maliciosa tendência de articulação do ensino básico com a prova de seleção para o ensino superior. Digo maliciosa uma vez que temos grande parte do sistema regular de educação de jovens basicamente voltado para o ensino de conteúdos pouco questionadores ou utilizáveis, algo que somente superficialmente pode ser encarado como educação.
Seria uma absurda ausência de autocrítica manter o sistema educacional de uma nação nesses moldes ou produto do interesse de particulares? ...
E eu que ainda não sei escrever... ??
será que isso se ensina?

O "i" é bem pertinho do "o".

terça-feira

Combinação intelectual

Meu doce Mercúrio em Escorpião
eu não me espanto com você
você é verdadeiro, belo e justo
e é tudo que eu podia querer.

=)

domingo

Juntinho


Nós passarinho
Todo mundo passarinho.

quarta-feira

Metafísica da pera

A pera tem astroesclereídes.

pronto
era só isso mesmo
e isso é uam libertação.

feliz libertação.

terça-feira

Tafetá

Aqui não tem esquerda.
Aqui não tem juventude.
Aqui não tem humanidade.

Bárbaros!
Tiranos do corpo e do espírito:
o aleijo de vocês é no coração.

E foi assim que fui embora,
rumo a Juazeiro,
vestido ainda tomando a forma do corpo.
Tafetá.

- Mudar o mundo!
- Nova ordem!
- Subverter!

.

- Padim, eles me dilaceraram!
- Eles me sufocaram.
- Quando eu falei a voz não veio!

Voz covarde!
Indolente...

Eram cristais e alinhamentos planetários,
eram os meus mares,
os meus olhos d'água
que viam muito mais:
a caminhada tomou dimensão espiritual.
E eu entendi por que caminhadas são por si só espirituais
quer você acredite ou não,
elas se impõem dessa forma.

O mundo todo parou
desintegrou
reconstituiu.
Era o meu corpo
e de tantos outros
que rolavam.

Amorfos
Silenciosos
Desarticulados
Cadáveres de vida
Esquecendo seus passos
Adormecidos em noites de abandono.

Esse mundo não é obra dos homens.
Julgava eu, que seres como eu
não se embriagariam em tamanha vertigem.

Agora eu me forço a responder
com o melhor de mim mesma
pra estar a altura dessa coisa
linda,
misteriosa,
que é ser humana.


PS:
Em caso de caminhadas longas
escolha algo que não esquente os pés.
Aposente as havaianas.
E nunca, jamais,
espere carinho do Seu Lunga.

segunda-feira

Ausência de talento nato

Eu queria fazer um poeminho assim
bem bonitinho, de vestidinho
fulozinha no cabelo.
Será que é pedir muito, meu Deus?

Me perdendo

Pela noite
sem ele
eu vou dormindo sem saber pra onde.

sábado

Minha mudança sou eu.

"Para conhecer bem um autor, é preciso habitá-lo!
A seguir, a vida obriga a morar em várias casas.
E eu não saio de uma dessas casas a não ser por
uma expécie de violência. De repente, há uma
passagem brusca de uma pra outra. Mas um
problema [sempre] permanece: "
(Paul Ricoeur)







Tudo muda.
É tudo muda.
É, tudo muda.
E muito.

saudade da casa de antes, casa-de-vegetação...

quinta-feira

Garçom

.
- Um cigarro de camomila e um copo d'água do rio Letes, por favor.
.

domingo

Eu fico muda

Quem me trouxe do canto verde,
ramo de sabiá preso no cabelo,
não fez o que deveria.

.

Diversas mulheres
Expressionismo austríaco
Seres humanos transfigurados
Estilo cuidadoso, elegante
Lençóis brancos
Auto-retratos
Violência
Luta de classes
Tireóide


Ansiedade, meu deus
Eu não entendo disso não...

Era pra me deixar lá,
com a certeza do amor tranquilo
o céu cortado pela mimosa
que eu trouxe de marca
(prova que estive lá?)

.

Fanzine
Fumaça
Hedonismo
Niilismo
Solepsismo
Máfia italiana
Cinema europeu

Ansiedade, meu deus
Eu não entendo disso não...

Eu não entendo nada disso...
Mas eu juro que volto ao doce abrigo
mesmo sem voltar.
E juro que ele vem comigo.


E nesse dia eu não deixo nada
nem suspiro, nem rosa
nem marca
nem veste, nem sombra,
nem rosa
nem nada.
E nesse dia ele não foge. Oh céus.

Tudo muda.



Emudece.

sábado

São as minhas águas









Do amor:

Olha eu não sei quem foi que disse
Mas estava no título:
Pode faltar tudo
Amor não pode faltar.

Professoooora.

Chamada:

Preguiça - Presente!
Esquecimento - Presente!
Mania de perseguição - Presente!
Amor – Presente, professora!
Apagador - Presente!
Tesão – To aqui!
Impaciência - Presente!
Anarquia – Presente! – veio, que ótimo! Anda faltando muito, heim...
Esquizofrenia - Presente!
Patologia-não-indetificada - Presente!
Fé em Deus: Presente!
Fé na Lívia: Presente!
Falta de fé na Lívia: Presente!
Xícara de cafer: Presente!

Ah que bom... só faltou o Pé Grande!
E o Abominável-Homem-Das-neveZ!
A aula será exelente!
Hoje veremos Reino Proctista,
Aumento na passagem e Democracia!

Eu me realizo!
JURO!
=D

Diánoia

amando
gritando
inevitando
maluquecendo.

O sonho desce
atravessa a cama
e cai no chão.
A alma se duplica:
É quando me volto o olhar
e me vejo diante de mim.


"Era um homem de duas cabeças:
a cabeça de dentro e a cabeça de fora"
Glauber Rocha.




sexta-feira

De todo vinho e vinil...

Enquanto não acordavam
não entendiam o sonho
porque na verdade eram coiotes...
não coiotes num sonho,
mas coiotes que sonhavam:

Antigamente a Terra era Sol
mas os trilobitas da Otília chegaram
e fumaram os jardins.
A Cia de Ballet Psicodélico da Banda dos Meninos fez sua última apresentação
e o universo todo se desintegrou.
Só restava uma pizza de salame e bono,
três colchões no chão de uma sala a meia luz
e o amor que nos transbordava:

As noites por lá são assim...
Noites ilustradas
Noites estreladas
e Silvia na estrada.

PS: Nada existe em vocês que eu não ame demais.

Woodstock somos nozes!







Pra mostrar pra esses dementes, Maria
que maravilhas se faz com o paint.

quinta-feira

Cena de amor

O sol distante
Apagando luzes
Acendendo apelos
Fechando olhos
Gritando beijos
Despindo ânsias
Mordendo lábios
Compondo desejos

Por baixo da perna dobrada,
todo mundo se movia:
A terra toda era a cama
onde o céu todo faria
como a gente
escorrendo na gente escorria.

domingo

Presença na ausência

e o povo cheira planta
quando o certo é cheirar terra.

Cada mundo com seu doido.

Estação planeta: Conhecendo a Via Láctea

Semana passada ele mandou um postal de Júpiter.
Lá os habitantes vivem na atmosfera. Grande esfera de gás.

Escrito no postal:
Todos estão sem chão.
Aqui tem gente que pensa que planta não tem consciência,
(mas elas têm, elas)
Tem gente que cheira planta,
(quando o certo é cheirar terra)
Depois não vá espalhar por aí
que eu ando dizendo que Júpiter é uma ruma de poeira.
Você foi meu aluno...

A Terra é aqui, agora.

Amanhã: Saturno.
Vago, noturno, gelado Plutão...


Sentiremos sua falta, Plutão.

Nova mulher.

Novas mulheres
requerem novas posturas.
De hoje em diante
só escrevo poesias:

Eu que nada tenho
me faço mendiga
e, coração angustiado,
saio pelas minhas ruas pedindo sentimentos nobres.

Recentemente, meu ex-amor,
eu tô assim,
querendo ser linda como fui outrora...
Mas sou uma nova mulher.
E todo mundo sabe,
quando uma mulher fala assim
é por que vem tempestade pela frente.

Só não pense que tempestade é estrago...
Eu amo muito e o meu remédio é amar assim.
Eu quero
que nesse momento
tu estejas tão feliz quanto eu
que sejas pleno
tranquilo
e que ame muito
espefícica e inespecificamente.
Quero que nesse momento
seja feliz e pleno
e ame tanto quanto eu.

De hoje em diante
só escrevo poesias.
E de amor.
.

O vestibular vai mudar...

Quem foi São Popó do Maculelê?

segunda-feira

Davy Jones

.

Então, meu caro,
se te falta opção,
vire barco.

.

quarta-feira

Hora de (r)ir

Texto tão modificado que perdeu o sentido.

A vocês eu deixo a delícia da pureza dos amantes em cópula,
que sempre é bom
pra qualquer um que leia.

terça-feira

Ελευθερία

Eu mesma critico a escrita. Eu merma critico, marrapaiz. E tu morre e só deixa o livro... Fuleragem!


Então me diga, aí do além, se eu sou um aparato biológico, formado de milhares de átomos que “inteligentemente” interagem sem essência, de onde vem a força que me possibilita tomar uma escolha, exercer a liberdade, se sem essência eu só posso ser produto do meio? Como produto do meio pode ter livre-arbítrio?
Como algo se gera no mundo sem a essência da coisa em si?
Como certificar que não há determinismo histórico que impeça o Sujeito de escolher?
Como escolher a minha escolha sem recorrer ao que eu sou?
Será que só eu sinto que é preciso deixar de ser humano pra entender o raciocínio contrário?
Não interessa se é limitado e a situação não agrada.
Interessa o que é.
Interessa romper com o que não é para tornar-se (e nesse ponto a gente concorda).
Anos depois eu leio isso e penso:
Afe como eu ocupo minha cabeça com coisas desagradáveis!
Égua.

Então eu me concentrei na coisa boa que é...
E o barulho do mundo de repente parou
Uma paz.
Paz.
Vou já pra cozinha que eu ganho muito mais.


Vai dizer que sou louca?

Sou não...

segunda-feira

Que tem a Lua e tem o Sol do meio dia.


Mas há uma ânsia permanente, uma vontade de escrever, como se a conjunção do pensamento com o papel e a tinta constituísse uma ponte entre a solidão e os olhos dele. Há uma vontade de construir palavras como se elas tivessem o condão de me ligar ao sopro querido e muito experimentado do Guia. Como se as palavras se transformassem em bombas que explodem o tempo e o espaço e me unem à sensação de parte minha tocando o infinito.

quinta-feira

Do amor da morena terra

(Traga
O cheiro
A doçura
O Yang
E o que não pode ser dito)

Ela estudou os caminhos...
Se encheu no lar e surgiu na Terra.
É assim independente do que ele entenda
A verdade só depende dela mesma
E o oráculo de Delfos não esconde nem revela,

Sinaliza.
Simboliza.

Do âmago inabalável do amor preconcebido
Se nutrem e se atam
Sem possibilidade de entender a afirmação
Se farão harmonia da própria harmonia.

segunda-feira

Sonatina Lívia e Sartre em Si Bemol Movimento 1

Sobre a relação Sujeito-Objeto.


Quem já viu a lua cris?
Quem já ouviu um sonho?
Aquele pensamento bom que vem de outras esferas...
Que é soprado no seu ouvido
Que se ouve sem ouvir voz nenhuma
Quando a barriga esfria
e a gente sente que tem algo além pra entender...

Quem realmente (?) existiu (?)?


Era uma vez, na estrada de tijolos amarelos, a relação metafísica. Esta não era uma relação qualquer, era uma relação sujeito-objeto e só poderia ser assim. A existência é o que a gente consegue produzir sendo e o Ser já está estabelecido. O "ser" é objeto e ser é deixar de existir. "O sendo" é a experiência através da qual é possível existir e isso só é possível do lado de lá, do lado sujeito.

Ser sujeito sempre não é preciso, nem é desejável. Blá bla blá. [...] A gente cria o estado e ele recria a gente. E você segue riscando seu papel, demilitanto tudo... A cozinha, as panquecas, o casamento, a natureza, o professor de fisiologia vegetal e o de yoga.. que é mó limpeza.

É?
Mas e quando o desejo do sujeito é ser Um Só? Um só a dois ou Um Só com todo mundo?

Pois como num piano, onde uma mão toca e a outra responde, eu fico na direita e ele fica na esquerda.

Ali do lado dele tem vontade de ser sujeito do ser, tem vontade de tornar tudo objeto, tem vontade de não ter moral nenhuma definida, porque definir pega mal. Lá tem ruas iluminadas. Lá, quem ouve ouve som, vê com os olhos ou lê com a ponta dos dedos. Lá dá pra ler os pensamentos, porque eles estão es-cri-tos (em mais de uma língua!).

Aqui acontece de eu ser gente, acontece de ser estrela. Aqui tem que ter ouvidos de ouvir, tem vontade de dar sem nada em troca, tem vontade de ser mais do que só eu. Tem vontade de sentir o que ele sente e vontade de falar com passarinho.

Lá não tem disso não...
Não sei não, mas parece que lá não tem amor.




"A não ser que a compaixão tenha acontecido para você, não pense que você viveu de alguma maneira. Compaixão é florescimento." OSHO

Broto, você é massa!
Eu te amo!

Só para quando secar.

A magia aconteceu quando uma porta do céu se abriu e o que tinha de maravilhoso e estranho contido atrás do mundo azul desceu até nós na forma de bebedouro (0o). Eu estava só, mas coiotes vinham de toda parte, do corredor, das árvores, da sala da xerox, cercando o lugar encantado . O que ali acontecia era motivo pra deixar de ser só. Era o momento perfeito, bastava sentir. Todo mundo, sendo irreal, para tirar o peso de realidade. De alguma forma nós sabíamos que pelo menos por um instante sentimos o mundo da mesma forma. Se é isso é possível por um instante, é possível sempre. Uma espécie de Eu Transpessoal.


Para existir.
Para-existir.